sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A Hipocrisia Verde


Os tempos são difíceis, a economia mundial encontra-se em frangalhos, falências e desemprego por todo o globo. Fora isso temos desastres ambientais, seca onde não havia, enchentes inesperadas e verões escaldantes onde normalmente neva. Este cenário apocalíptico coloca em choque duas grandes forças do capitalismo moderno, a indústria e os governos contra o meio-ambiente e as ONGs.

No caso do Brasil estas forças se enfrentam no ringue do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) quase diariamente. O país que tem o maior potencial hidrelétrico do mundo, e precisa da energia para crescer, perde financeiramente e ambientalmente com a briga interminável entre as forças opositoras. De um lado, o governo e indústria precisam da energia para continuar crescendo, o gargalo da infra-estrutura brasileira é praticamente um câncer terminal, e de outro lado os ambientalistas que cumprem seu papel, porém de maneira exacerbada criando entraves e dificuldades para o desenvolvimento, ainda que sustentável.

Só como exemplo, existem inúmeras pequenas centrais hidrelétricas (PCH) que esperam há mais de 12 anos para conseguir uma licença junto ao Ibama, e as que conseguem enfrentam intermináveis ações judiciais, embargos e paralisações. Tudo isso é custo, que a própria população acabará pagando mais cedo ou mais tarde. Sem deixar de lado é claro Belo Monte, que se arrasta em direção a sua conclusão faz 30 anos.

O país precisa da energia, não somente para tomarmos banho quente, acessar a internet ou postar uma foto “bico-de-pato” no facebook. Precisamos de energia para sobreviver. Dependemos dela para comer. Sem refrigeração, muitos alimentos não chegariam à mesa do brasileiro em condições de serem consumidos. Quem se lembrar do “apagão” que sofremos no fim dos anos 90, início dos anos 2000 vai entender o que digo.

E a energia que precisamos, para contemplar o crescimento que desejamos tem que vir de algum lugar, se as usinas de energia tidas como mais eficientes e limpas do mundo, as hidrelétricas, não saem do papel, de onde vem essa energia então? Das termelétricas (UTE). Segundo dados da Aneel, atualmente 27% de nossa energia é “suja”, e o número de termelétricas autorizadas a entrar em operação e que estão em construção já é cerca de 7 vezes maior, em potência, que o de PCHs. Isto porque a burocracia ambiental para se colocar em operação uma usina à carvão, ou diesel, é muito menor que uma UHE ou PCH (hidrelétricas).

Esta hipocrisia verde que marca a luta entre governo/indústria e ambientalistas só está prejudicando o país e o meio ambiente, cada dia mais.

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