Os tempos são difíceis, a
economia mundial encontra-se em frangalhos, falências e desemprego por todo o
globo. Fora isso temos desastres ambientais, seca onde não havia, enchentes
inesperadas e verões escaldantes onde normalmente neva. Este cenário
apocalíptico coloca em choque duas grandes forças do capitalismo moderno, a
indústria e os governos contra o meio-ambiente e as ONGs.
No caso do Brasil estas forças se enfrentam no ringue do
Setor Elétrico Brasileiro (SEB) quase diariamente. O país que tem o maior
potencial hidrelétrico do mundo, e precisa da energia para crescer, perde
financeiramente e ambientalmente com a briga interminável entre as forças
opositoras. De um lado, o governo e indústria precisam da energia para
continuar crescendo, o gargalo da infra-estrutura brasileira é praticamente um
câncer terminal, e de outro lado os ambientalistas que cumprem seu papel, porém
de maneira exacerbada criando entraves e dificuldades para o desenvolvimento,
ainda que sustentável.
Só como exemplo, existem inúmeras pequenas centrais
hidrelétricas (PCH) que esperam há mais de 12 anos para conseguir uma licença
junto ao Ibama, e as que conseguem enfrentam intermináveis ações judiciais,
embargos e paralisações. Tudo isso é custo, que a própria população acabará
pagando mais cedo ou mais tarde. Sem deixar de lado é claro Belo Monte, que se
arrasta em direção a sua conclusão faz 30 anos.
O país precisa da energia, não somente para tomarmos banho
quente, acessar a internet ou postar uma foto “bico-de-pato” no facebook.
Precisamos de energia para sobreviver. Dependemos dela para comer. Sem
refrigeração, muitos alimentos não chegariam à mesa do brasileiro em condições
de serem consumidos. Quem se lembrar do “apagão” que sofremos no fim dos
anos 90, início dos anos 2000 vai entender o que digo.
E a energia que precisamos, para contemplar o crescimento
que desejamos tem que vir de algum lugar, se as usinas de energia tidas como
mais eficientes e limpas do mundo, as hidrelétricas, não saem do papel, de onde
vem essa energia então? Das termelétricas (UTE). Segundo dados da Aneel,
atualmente 27% de nossa energia é “suja”, e o número de termelétricas
autorizadas a entrar em operação e que estão em construção já é cerca de 7
vezes maior, em potência, que o de PCHs. Isto porque a burocracia ambiental
para se colocar em operação uma usina à carvão, ou diesel, é muito menor que uma UHE ou PCH (hidrelétricas).
Esta hipocrisia verde que marca a luta entre
governo/indústria e ambientalistas só está prejudicando o país e o meio
ambiente, cada dia mais.
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