segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Voto de Dias Toffoli

Como juiz, o ministro do STF Dias Toffoli deu hoje uma aula para a defesa. Se fosse ele um juiz qualquer não recairiam suspeitas pelo seu voto, porém é suspeito que um juiz absolva políticos e condene alguns bois de piranha com seu passado. 

Com seu voto hoje, Dias Toffoli condena os acusados pelo desvio de dinheiro, porém inocenta aqueles que se utilizaram desse dinheiro para o verdadeiro escândalo, a compra de votos de congressistas. Este sim é o maior escândalo político já visto neste país, um ato que fere nossa democracia.

Dias Toffoli deveria ter se declarado impedido de julgar esta ação penal, o Mensalão, pois não somente era advogado do PT como também negou a existência do Mensalão quando processou os opositores do partido por se utilizarem do processo com fins eleitoreiros. Condenável isto também, diga-se de passagem, até então o processo era um "suposto" esquema e cabe ao judiciário dizer o direito.

Só para refrescar, veja quem é o ministro: clique aqui. Veja especialmente a parte: "Envolvimento em escândalo no DF." Apesar do link ser do Wikipedia, onde há fumaça há fogo, ou brasas.

Mensalão vs Privataria



Aparentemente algumas pessoas consideram, como ponto de argumento válido, que na política não se pode acusar outro partido se o partido que você vota também tem algo podre para mostrar. A grande verdade é que no Brasil de hoje (e de outrora) não se pode confiar em político. Acho que todos nós já estamos escaldados o suficiente para fazer valer à eles o oposto da vida civil, todos são inocentes até que se prove o contrário.


Porém, muito me incomoda quando falamos em mensalão e surge um argumento do tipo: "Mas o PSDB tem a Privataria, que o PIG (Partido da Imprensa Golpista = Veja, Globo, Estadão, Folha, etc) nem fala."  Como se isso justificasse alguma coisa. E me surpreende ao ver que as denúncias feitas pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. já circularam na Veja, Folha e Globo, porém sem as supostas provas que ele apresenta no livro. 

E existe uma diferença bem grande ai, sem querer defender ninguém, pois se cometeu crime tem que ir a julgamento, mas por que ainda não se instaurou um inquérito para apurar as denúncias do jornalista? E ao invés disso é o jornalista e alguns agentes da Receita Federal que estão respondendo a processos por danos morais e quebra de sigilo fiscal. Isso muito me intriga. Pois então significa que não somente a mídia quer encobrir a Privataria, como também o Ministério Público, a Polícia Federal e a própria Receita Federal.

E o mais interessante, que mesmo tendo maioria no Congresso, o governo não conseguiu instaurar uma CPI para investigar as denúncias. A última notícia que tenho é que o tucano (Serra) entrou com ação por danos morais contra o jornalista e a editora. E quem vai pagar a conta, caso o político vença o embate, com certeza não será o jornalista.

Me desculpem, mas este argumento é inválido.

P.S: Cá entre nós, o PSDB precisa renovar, não dá mais para depender somente da dupla Serra/Alckmin.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A Hipocrisia Verde


Os tempos são difíceis, a economia mundial encontra-se em frangalhos, falências e desemprego por todo o globo. Fora isso temos desastres ambientais, seca onde não havia, enchentes inesperadas e verões escaldantes onde normalmente neva. Este cenário apocalíptico coloca em choque duas grandes forças do capitalismo moderno, a indústria e os governos contra o meio-ambiente e as ONGs.

No caso do Brasil estas forças se enfrentam no ringue do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) quase diariamente. O país que tem o maior potencial hidrelétrico do mundo, e precisa da energia para crescer, perde financeiramente e ambientalmente com a briga interminável entre as forças opositoras. De um lado, o governo e indústria precisam da energia para continuar crescendo, o gargalo da infra-estrutura brasileira é praticamente um câncer terminal, e de outro lado os ambientalistas que cumprem seu papel, porém de maneira exacerbada criando entraves e dificuldades para o desenvolvimento, ainda que sustentável.

Só como exemplo, existem inúmeras pequenas centrais hidrelétricas (PCH) que esperam há mais de 12 anos para conseguir uma licença junto ao Ibama, e as que conseguem enfrentam intermináveis ações judiciais, embargos e paralisações. Tudo isso é custo, que a própria população acabará pagando mais cedo ou mais tarde. Sem deixar de lado é claro Belo Monte, que se arrasta em direção a sua conclusão faz 30 anos.

O país precisa da energia, não somente para tomarmos banho quente, acessar a internet ou postar uma foto “bico-de-pato” no facebook. Precisamos de energia para sobreviver. Dependemos dela para comer. Sem refrigeração, muitos alimentos não chegariam à mesa do brasileiro em condições de serem consumidos. Quem se lembrar do “apagão” que sofremos no fim dos anos 90, início dos anos 2000 vai entender o que digo.

E a energia que precisamos, para contemplar o crescimento que desejamos tem que vir de algum lugar, se as usinas de energia tidas como mais eficientes e limpas do mundo, as hidrelétricas, não saem do papel, de onde vem essa energia então? Das termelétricas (UTE). Segundo dados da Aneel, atualmente 27% de nossa energia é “suja”, e o número de termelétricas autorizadas a entrar em operação e que estão em construção já é cerca de 7 vezes maior, em potência, que o de PCHs. Isto porque a burocracia ambiental para se colocar em operação uma usina à carvão, ou diesel, é muito menor que uma UHE ou PCH (hidrelétricas).

Esta hipocrisia verde que marca a luta entre governo/indústria e ambientalistas só está prejudicando o país e o meio ambiente, cada dia mais.